quinta-feira, 5 de abril de 2012

O politicamente correto versus a lei econômica: o caso das bonecas

Deu no jornal O Globo: "Conselho vai investigar caso de bonecas em feira" (http://oglobo.globo.com/rio/conselho-vai-investigar-caso-de-bonecas-em-feira-4488810). Parece piada, mas infelizmente não é. A notícia é sobre uma averiguação do Cedine (Conselho Estadual dos direitos dos negros) sobre um suposto ato discriminatório praticado por uma vendedora na feira hippie de Ipanema, por comercializar duas bonecas, uma negra e outra branca, com valores distintos. A branca é vendida por R$ 85,00 e a negra por R$ 65,00. Caso os componentes fiquem convencidos de que se trata de discriminação, poderão entrar com uma denúncia ao Ministério Público do RJ. 
Antes dos ilustres componentes de tal conselho fazerem isso, deveriam aprender algumas leis básicas da economia. Não que eu possa ensiná-los, mas sei alguma coisinha. A principal delas é a conhecida lei da oferta e da procura, esta que qualquer comerciante conhece, por mais iletrado, humilde ou novato que seja no ramo. Logo, se uma das bonecas tem mais saída - e poderia ser qualquer uma -, a tendência é seu preço seja maior, já que isso é bom para o comerciante. Aquela que vende menos geralmente tem o preço menor, justamente para que os comerciantes sejam estimulados a comprá-la. 
Feita esta breve e elementar explicação, onde estariam os indícios de racismo ou ato discriminatório? Somente e tão somente na CABEÇA dos conselheiros, militantes da causa que enxergam em tudo um motivo para levantar sua bandeira. Um agravante: como atuam através de um Conselho Estadual, é provável que façam suas besteiras por aí valendo-se do erário público.  
Se isso não bastasse, a fala de um deles reproduzida pelo jornal ("E vamos, primeiramente, convencer a pessoa a tratar com isonomia, com igualdade (brancas e negras") revela um traço autoritário, típico de grupos que almejam mudar a realidade através de leis. No caso, querem que algumas leis econômicas - provavelmente discriminatórias, irão dizer -, sejam revogadas em favor do discurso politicamente correto nonsense. 
Os consumidores das bonecas fazem suas escolhas baseadas em seus interesses e vontades e isso, apenas isso, informa ao produtor/comerciante o valor de cada mercadoria. Logo, não se trata de preconceito, e sim de um reflexo da opção dos consumidores, baseado em uma lei econômica. Só espero que os conselheiros não queiram ir atrás dos consumidores que, aparentemente, tem dado preferência às bonecas brancas, e passem a ameaçá-los com um processo por discriminação. 

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